domingo, 28 de fevereiro de 2010

O espetáculo...(do conto dos palhaços)

E sem não mais tardar, heis que se dar o inicio do espetáculo incólume :
E heis que a praça faz-se palco,um palco de ilusões no qual dois homens que se fizeram palhaços, debulhansse para mudar algo que os insatifaz ou para simplismente encontrar-se no meio de imensidões de quartos desencontrados...
-digo-vos boa noite a todos os presentes por que a noite há de ser mágica!
Falava Benjamin ao tom de ecoar pelos quatros possíveis cantos daquela praça.
-vou lhes contar uma história,pois se não sabem vocês, palhaços também cotam histórias .Mesmo não sendo elas de pilherias.
-“foi nas bandas da imbiribeira,onde os beirais da sanidade passam longe,estava la um jovem mancebo a contar estrelas,a sonhar com dias melhores e gente mais desprendida,quando avista uma jovem de vestes negras a chorar no banco de um jardim,o rapaz ao vislumbrar a imagem aproxima-se devagar sem que ela perceba,mas como que por impulso a jovem percebe a aproximação e sai a correr pela noite afora e desprotegida...
Heis que na noite seguinte ele encontra mais uma vez a moça, tão alva e barroca como qualquer poesia de Gregório de matos e mais uma vez ela chorava,ela chorava pelos olhos e pela boca,murmurava baixinho palavras desapercebidas,e que ele tentava perscrutar cada uma delas.
Ele já ansioso por falar-lhe tropeça numa pedra e cai no colo da jovem ela se espanta e logo cai aos risos, respiram pra descansar os lábios risonhos e eles começam uma agradável e divertida conversa,minutos depois aparece o irmão do jovem que antes de qualquer coisa naquele lugar, percebe a beleza da mulher que estava a conversar com o mais velho filho de sua mãe.E dentro de si logo a primeira vista começa a pulsar um sentimento de arrebatamento e loucura.
Na manhã seguinte então ,os dois irmão juntos em sua caminhada matinal encontram a jovem alva e percebem que seus olhos ressacados de lagrimas sorriam incertezas.
Os dois se apaixonavam pela criatura triste ,o problema é que não confessavam, guardavam em segredos seus desejos.E a moça como que para tentar afagar o seu peito doido e melancólico percebeu nos dois alegrias e encantos que a completavam,e para não permanecer inerte decidiu ela viver tudo e de todas as maneiras,afinal, amar não é pecado e assim depois de tanto minguar pelas aldeias do alheio, decidiu abraçar o amor sem preconceitos em toda sua essência.
Então todas as noites a criatura amava um dos jovem,era feliz e os fazia feliz,mas eles não sabiam dos acontecimentos, eles não sabiam que ela os amava mutuamente.
Era um por noite e ela que era tão triste, tão só,encontra o amor, um farto amor,para deleitar-se todas as noites.
Foi no inverno, no qual as noites eram mais frias e silenciosas que eles descobriram o que acontecia entre uma noite e outra,alternados no amor daquela jovem eles não a culparam, mas decidiram matar-se, para que dor de perder aquela mulher não os fizessem sucumbir.foi então que empunharam as facas e cravaram em seus peitos, em silencio, em respeito a aquele devasto e bonito amor.
Quando a jovem percebeu a mal acontecido resignou-se desesperadamente,tanto que as lágrimas caiam como sangue das suas faces.Gritava ela desespero,dor,e saudades...
- “Foi-se a solidão aos pares,
Hoje a solidão as massas.
Por onde a solidão andares?
Estarás sempre a praça!”

Quando então Benjamin termina de contar a história começa a chover,o céu comovido com os fatos ouvidos deixa cair lágrimas,para lavar dor e a banalidade daquelas pessoas.
Depois de contado, Benjamin conversa em monologo a história...
Era um monologo desesperado, porque Antonio ameaça ir-se para sua vida passada deixando o amigo só,aos palcos e a solidão :
-amou-se a dois!
-seria pecado,pergunto a vocês?
-Seria!!?
-Só queria a jovem um pouco de alegria,para seus dias de solidão ,e dor, e melancolia...
-quem nesse fim de mundo,há de julgar-lhe,afinal eram verdadeiros todos os seus pesares,sentires,arfares,todas as noites eram verdadeiras,assim como a lua e as estrelas ao seu lado.
-Ela só queria um pouco de acalanto, mas eles que foram egoístas demais de perceber-la nas suas necessidade,só a perceberam nas suas belezas.
-ah...!!! humanidade limitada
-mas é possível quebrar as amarras?
-é possível?!!...
Caiu aos prantos na emoção do seu enleio.
E gritando, chama por Antonio.
-Antonio!!Antonio!!...
Já não mais estava lá Antonio,havia partido com o fim do espetáculo deixando à reticências o sentido de tudo aquilo,no entanto essas reticências não estragaram só abrilhantaram o fim sem fim do espetáculo
Seguiram-se os aplausos e as emoções...
Partiu Antonio,restou Benjamin sem a magia da praça...


Amanda Braga .

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