E como se um antro de insensibilidade me tomasse
Larguei a pena como quem veste as calças...
E me ponho a pensar no fim,esquecendo o passado.
O fim que é sempre triste e o meu futuro,
Quero esta pronta para ele,forte e indiferente,talvez assim a dor me seja amena
E de tão pequena,que nada eu me torne...
Amanda Braga.
3 comentários:
Gosto do pessimismo. É nele que conhecemos nossa força, o cansaço já não é tão desprezível, a divagação constituí-se necessária, e as pequenas coisas da existência parecem enormes, porque nossos sentidos, pela dúvida ou pelo pesar, estão aguçados. Este poema faz-me ainda mais íntimo de um lugar que conheço bem: o vácuo, em nada doloroso.
Parabéns!
Sentimos a morte antes dela mesma! Assim é este poema. É como está dentro do féretro. Morremos a cada dia e nem sabemos. Morremos antes com tais sentimentos e nos achamos vivos! Quando deitados na esquife não haverá sequer poemas... Antes, é bom está vivo! E que tal um suco de amoras com torradas amanteigadas e depois uma bela cama para durmirmos temporariamente?
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