domingo, 27 de março de 2011

...

Por hora me faltam os versos...
Por hora me escorre a calma.
Aquela paz eloquente dos meus ouvidos,
Aquele frêmito subto, silencioso e lento
Que apresta o meu grito.
Fazendo partir a minha languidez fértil...
Foste tu ó moço dos olhos rasos de dor,
Que roubaste a minha melancolia.
Roubaste o sol da noite para me dar o dia,
E toda pureza dos versos escritos à mão...
Agora, me fazes escrever com vida.
E ser verbo... E ir por depois dos montes de todas as lógicas e ser infinita e inteira...
Heis a pureza meu amor... E heis a pureza...



Amanda Braga

Um comentário:

Washington Machado disse...

Ah, os teus versos, amor... Ah, os teus versos... De fato, puros! E também incógnitos... É... a poesia não precisa de soluções práticas e descrições claras... A poesia é o escuro da noite ébria e a ressaca da luz do dia! Mas como são profundos os teus versos... Rasos, talvez, sejam apenas os meus olhos...